Por André Bento.
O prefeito da segunda maior cidade sul-mato-grossense está praticamente de casa nova. Se a cidade que administra ainda não está com cheirinho de nova, ao menos o partido ao qual está se transferindo é novidade. O ex-democrata agora já se proclama socialista. E não vai para o PSD, de Antonio João Hugo Rodrigues, mas para o Partido Socialista Brasileiro, presidido nacionalmente pelo governador pernambucano, Eduardo Campos.
Murilo Zauith ingressa nas fileiras do PSB em busca de proximidade com a presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Desde o início do ano esta possibilidade é ventilada por políticos da região. O petista Laerte Tetila já dava como certa a migração do prefeito douradense a um dos partidos da base aliada. Tetila foi um dos maiores responsáveis pela aproximação entre petistas e democratas na eleição extemporânea em Dourados.
Agora, em partidos de ideologias bem semelhantes, Zauith e Tetila poderão caminhar juntos novamente, para garantir a reeleição do mais novo socialista de Mato Grosso do Sul. Desta vez, os petistas contrários a coligação não terão com argumentar contra a união. Ao menos no que ser refere às familiaridades ideológicas, Murilo Zauith e PT nunca estiveram tão próximos.
Embora evite falar em reeleição, é fato que o prefeito de Dourados já está articulando sua candidatura para 2012. Recentemente, afirmou que pretende manter a proximidade com os 15 partidos que se uniram para formar a Coligação ‘União Por Dourados’. Fora do DEM, entretanto, seu anseio pode ficar comprometido. Isso porque, embora André Puccinelli tenha dito que deu aval para a troca, é do conhecimento geral a ambição de alguns correligionários do governador pela prefeitura douradense.
Longe do amparo do italiano, será difícil para Zauith conter o ímpeto dos peemedebistas, Geraldo Resende, Marçal Filho e Délia Razuk. No DEM, foi vice-governador e alcançou o tão sonhado posto de chefe do Executivo douradense. No PSB, seu futuro ainda é incerto. Murilo se aproximou do PT, é fato. Mas a que distância ficou do sempre parceiro PMDB?
Se o PSB é o quarto maior partido em âmbito nacional, no Estado ainda engatinha. No Mato Grosso do Sul, até que provem o contrário, quem define os rumos é André Puccinelli. E com Murilo Zauith cada vez mais próximo da presidente – que não teve o apoio do italiano durante a campanha presidencial -, fica difícil acreditar que o peemedebista que governa o Estado mantenha o zelo que sempre teve por seu ex-vice. É esperar para ver. O prefeito de Dourados está de malas prontas para uma casa nova, mas os efeitos da mudança, só veremos na próxima eleição.
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